Setenil, Olvera e El gastor – Um Gaspacho Andaluz
|Para finalizar esta semana dedicada à Andaluzia e aos Pueblos Blancos, viajaremos até ao caricato povoado de Setenil de las Bodegas, fazendo uma breve passagem pela bela Olvera e a florida El Gastor.
A pequena localidade de Setenil destaca-se pela sua paisagem urbana invulgar: as suas casas-caverna esculpidas nas rochas, conhecidas como “abrigo bajo rocas”, são casas que foram construídas aproveitando as cavidades naturais existentes, a rocha não foi escavada! Estas incríveis construções sobre e entre as rochas (pois há zonas em que a pedra chega o cobrir o céu!) são o cartão de visita desta localidade, e vale bem a pena passear pelas pitorescas ruas das Cuevas del sol e Cuevas de la sombra.
Saímos de Setenil em direcção a Olvera, outra belíssima localidade considerada, desde 1983, como Conjunto Histórico-Artístico. É fácil adivinhar o porquê, pois o seu traçado urbanístico é revelador da sua importância histórica, com os seus becos e ruelas labirínticas de configuração irregular, que não deixam dúvidas nenhumas quanto ao seu passado Mouro.
Subindo a escadaria até à parte alta da cidade, pela calle calzada, encontramos a majestosa Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, uma relíquia neoclássica do séc. XVIII assente sob um solar de uma antiga mesquita árabe e que substitui uma antiga igreja primitiva gótica.
Do lado oposto à Igreja encontramos o Castelo Árabe, uma fortificação assente sobre um rochedo, que teve, no passado, uma comprovada importância defensiva durante o período nazarí de Granada (Nazarí foi o nome da última dinastia muçulmana do reino de Granada).
A gastronomia é outro dos pontos fortes destas paragens! Temos como típico de Olvera, a famosa “Sopa Pegá”, que é muito semelhante às migas alentejanas do nosso Portugal. É uma sopa em que a base é o pão e o azeite (produto da terra) e onde se podem acrescentar espargos selvagens, que são aqui muito comuns. Outro dos pratos típicos é o Solomilo Relleno, um lombo de porco recheado. Para tapear, flamequines caseros, batatas zapateras, serranitos.
Vale bem a pena perder-se por todos estes encantos saborosos, pois a gastronomia é também um dos pontos altos de uma viagem!
Próximo destino: El Gastor
Finalizamos a nossa passagem pela Andaluzia, pela pequena e acolhedora localidade de El Gastor. O destaque vai para as suas ruas adornadas por flores, que tão bem são destacadas pelo branco puro de todas as casas.
Povo de tradições, destaca-se, dentro da área do artesanato um instrumento musical típico: a Gaita Gastorena, um instrumento de sopro feito de um corno de touro ou de vaca. Actualmente toca-se este instrumento durante as festas de Natal e da Páscoa (Chorpus Christi).
A gastronomia local é igualmente baseada nos produtos da terra, o prato mais típico da zona é o Guisote Gastoreno, um prato rústico que tem também como base o pão, o azeite e os espargos.
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Como sempre (e bem!) finalizamos com a gastronomia, escolhi, para esta reportagem, uma receita emblemática da Andaluzia, e que tão bem caracteriza estas paragens. A base, o pão e o azeite, como não podia deixar de ser: Gaspacho Andaluz!
Siga passo a passo a nossa receita e aprenda a fazer um delicioso gaspacho andaluz:
Ingredientes
- 4 tomates (bem maduros)
- 1/2 pimento vermelho
- 100gr de pão duro
- 1/2 pepino
- 1 dente de alho
- sal, vinagre e azeite
- água
Instruções
- Limpar o tomate e o pepino (tirar a pele e as sementes) e cortar em pequenos pedaços.
- Cortar o pão em fatias e demolhá-lo na água até amolecer (juntar o azeite e temperar com sal e vinagre)
- Num liquificador, juntar o pão demolhado e os restantes ingredientes.
- Triturar tudo até obter uma consistência cremosa.(se achar necessário junte mais água)
- Rectificar o tempero, se necessário use mais sal e vinagre.
- Servir fria.
- Pode servir com cubos de frito ou torrado e pedacinhos de tomate e pepino.